bola de neve

este é o primeiro poema sobre você
que continua me ferindo
porque uma ferida demora
cerca de uma vida para sarar

é preciso ser gélida
e como uma bola de neve
fui descendo as ladeiras
uma
atrás
da
outra

lamentando
a forma cruel com a qual você
continua me empurrando

2 comentários:

mariana_sm disse...

A ferida que eu carrego
Sua
Como se fosse nua
No meu olhar

Faz da minha lágrima
Clara
Alguma coisa escura
Que penetra meus ossos
E não quer sair

Essa ferida sua
Que na verdade é só minha
Meu joelho ralado
Minha incoerência

Essa ferida que por ser
Tão ferida
Sou só
Eu

nayara xavier disse...

obrigada pela visita leve, Mari...
o poema é sempre um parto.