we've lived in barsand danced on tableshotel trains and ships that sailwe swim with sharksand fly with aeroplanes out of here
Acordei com o final de um sonho que se repete noites e noites. Em distintos cenários. Com os mesmos sentimentos - metade de dor, metade de compaixão. Mas me acordei também bruscamente várias vezes buscando a realidade daquelas cenas. Que nunca se concretizavam. Alcança-las com as mãos, como querendo tocar qualquer parte daquela intimidade. Procurando viver aquela emoção que era ter meu ombro como encosto para a sua cabeça. Pousando devagar, como quem perdoava essa minha ausência de tantos anos... Nenhuma palavra. Só um toque leve dos seus cabelos brancos pousando sobre minha dureza. Sua pele suave, pousando sobre minha pele seca. Seu perdão, pousando sobre minha carcaça trincada. Acordei também no momento em que nos encontrávamos de olhos sorridentes em barcas distintas. No mar. Sou assim, não consegui mudar, não consegui me abrir, não consigo chegar mais perto. Será que os signos devem falar mais alto do que nosso peito latejando a memória, mesmo que dolorosa, do nosso Afeto?
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