Faz tempo que não te escrevo.
Peço licença ao leitor, que ao ler minhas cartas e desaforos, só vê você.
(desculpem o meu despejo e a falta de eu-lírico)
coração. couraça. vento forte.
há quatro semanas escrevo para tirar a poeira que deixo por debaixo dos tapetes. aprendi a calar, aliás, a falar por outras vias que não fossem fáceis de descripitgrafar. não tenho a chave secreta. rebolei fora. a gramática é normativa, mas está aberta ao diálogo (?)! sou eu que te salvo de me ler. e você sabe. nos salvamos da maldade de nossa própria ausência, dos números do espaço-tempo. nos livramos cada vez mais de nós. estive escrevendo algumas palavras soltas e uns verbos infinitíssimos. dou sempre a meia volta. minto. dou volta e meia e mais um pouco para deixar acertada as palavras, mas não deixo. não assino nada. mas dá vontade. fico anônima e o lance é esse. não posso dizer que o que escrevo é leve. o que escrevo (me) pesa. e-v-o-c-ê-s-a-b-e. você tem medo de que minhas cartas cheguem na caixa do correio, mas tem mais medo de que eu jamais ___ escreva.
Um comentário:
Não tenho medo do correio.
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